Keblinger

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Vaidade

| segunda-feira, 11 de junho de 2012

Vivemos um mundo de tolos. Que se magoam. Que bem lá no fundo sabem que se importam. Porque precisam tomar conta um do outro. Porque além do sonho, onde mora a dor do existir, há um mundo onde não se conhece ninguém. Onde o orgulho e a subida erguem-se num espaço sem igual; alto, mais alto, bem alto, quando precisávamos apenas o bem da vida, nos braços de um terno abraço. Somos uns tolos. Rastejamos; trilhamos lágrimas amargas pelo outro que é feito de quimera e guarda o coração rasgado; almas que imploram um não sei quê, um não sei onde, uma só pergunta: por quê? Despencamos gargalhadas e palavras soltas nos balcões da vida; soluçamos estremecidos numa taça de vinho. E brindamos. E vamos sozinhos na madrugada, de volta para algum lugar. No vão que inunda a rua inteira, na fumaça que enfeitiça e enlouquece a boca que não sabe de onde veio. E nem para onde vai! Somos aborrecidos e cruéis em nosso riso, em nossa falsa confissão ao ouvido que julgamos ideal. E desprezamos e rimos e embriagados odiamos com toda a nossa alma, serena e calma. Trágicos somos, nesta dor de existir, que não se esquece. Tortura de ter nascido, na doçura de alguns abraços, e perdê-los na mortalha solitária do caminho. Somos tolos. Porque na sombra ou na luz, sozinhos ou na multidão, o que queremos é unir as nossas mãos, tocar o ombro do outro que pisa o simples da vida, e sabe dos tesouros humanos do humano Amor. Mas não o fazemos! Somos pessoas altivas. Estranhas. Fortes!
 
Customizado por Dulce Miller

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