Ela o escreveu como fazia não religiosamente todos os dias. Como sempre após a escrita se manteve em silêncio por alguns longos minutos para que ele adormecesse no conforto do papel que já não estava mais em branco. Permaneceu ali, o acarinhando com seus olhos como uma menina faz com uma flor, cheia do mais puro amor nas mãos. O deixou sonhar tranqüilamente como um menino indefeso enquanto velava suas entrelinhas adormecidas. Algum tempo se passou sem que ela percebesse. Ele então acordou pronto para enfrentar outros olhos que não os dela, algumas vezes com admiração, outras vezes com incompreensão. Mas ele sabia que tudo estava bem, que era esse o seu caminho e que não precisava temê-lo já que percorrê-lo era bem mais que uma necessidade, era sua declaração explicita de existência poética. Ela percebendo a coragem que ambos compartilhavam naquele instante sorriu harmoniosamente concordando com ele. Estava na hora. Ele devia seguir a sua sina de poema. Ela de poeta. E lá se foram felizes postá-lo para o mundo.
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