Vivemos um mundo de tolos. Que se magoam. Que bem lá no fundo sabem que se importam. Porque precisam tomar conta um do outro.
Porque além do sonho, onde mora a dor do existir, há um mundo onde não se conhece ninguém. Onde o orgulho e a subida erguem-se num espaço sem igual; alto, mais alto, bem alto, quando precisávamos apenas o bem da vida, nos braços de um terno abraço.
Somos uns tolos. Rastejamos; trilhamos lágrimas amargas pelo outro que é feito de quimera e guarda o coração rasgado; almas que imploram um não sei quê, um não sei onde, uma só pergunta: por quê?
Despencamos gargalhadas e palavras soltas nos balcões da vida; soluçamos estremecidos numa taça de vinho. E brindamos. E vamos sozinhos na madrugada, de volta para algum lugar. No vão que inunda a rua inteira, na fumaça que enfeitiça e enlouquece a boca que não sabe de onde veio. E nem para onde vai!
Somos aborrecidos e cruéis em nosso riso, em nossa falsa confissão ao ouvido que julgamos ideal. E desprezamos e rimos e embriagados odiamos com toda a nossa alma, serena e calma.
Trágicos somos, nesta dor de existir, que não se esquece. Tortura de ter nascido, na doçura de alguns abraços, e perdê-los na mortalha solitária do caminho.
Somos tolos. Porque na sombra ou na luz, sozinhos ou na multidão, o que queremos é unir as nossas mãos, tocar o ombro do outro que pisa o simples da vida, e sabe dos tesouros humanos do humano Amor. Mas não o fazemos!
Somos pessoas altivas.
Estranhas.
Fortes!
13 comentários:
E a terra do mundo e da alma ainda é desconhecida. Estamos estampando algo e querendo sempre
o seu inverso.
Flores.
Rita, tive que controlar as lágrimas ao ler teu texto, tocou-me profundamente, nem sei mesmo por que, mas tocou fundo na alma. Obrigada pela reflexão e por compartilhar.
Beijos
'Todo o ser humano é um estranho ímpar', já dizia Drummond.
Um abraço, Vanessa!
Du,
o nosso cotidiano é entrecortado de tolices assim, não é? Vaidade das vaidades...
Grata pelo carinho de sempre!
Um beijo, minha querida amiga.
Somos a vivência de tudo que nos toca. Ora, só somos o que tocamos. Sem partilha somos só.
Também acredito que sem partilha a vida não tem significado, estaremos sós.
Um abraço Simone!
Sem amor eu sou fraco, sem carinho eu nem sou. Eu sei que meu mundo sou eu quem faço, mas as pessoas se perderam, abraçando, beijando e comemorando pelas redes sociais, mas desviando o olhar quando frente a frente.
Mas não deixo de tentar quebrar muros e abraçar!
Belo texto para se refletir muito mais sobre.
Beijo e uma lida vida, repleta de abraços e amigos sinceros.
Um escrito nú. As linhas vão tirando cada veste que cobre almas em carne viva. Eu lí com descompasso no coração, lí com os pelos da pele eriçando por saber sim que , cada vez mais, o que queremos "é unir nossas mãos".
Eu as, às vezes, me percebo dissolvente, como se o corpo fosse bem além do seu invólucro físico. E dói, e também se alegra meninamente. É preciso coragem para não ser "tão altivo", para ser no outro.
Eu amor os tolos, que como diz Clarice, é deles o reino daquilo que chamam céu. um abraço todos e todas escrevinhadoras. Eu abraço.
14 de junho de 2012 13:20
Vivemos num mundo complexo, aonde as realidades tendem a descredibilizar os mais racionalistas. As falsas pistas conduzem-nos a um indeterminável jogo de aparências. Quase nada se ajusta ao razoável. Um abraço deste lado do <atlântico.
Querida Glória,não há mais o que dizer! Abraço carinhoso!
É preciso ter olhos e coração para enxergar além das aparências. Um abraço meu amigo!
Joakim, inventemos pontes, mesmo que os ventos contrários dos dias possam destruí-las. Não desviemos o olhar.
Um abraço carinhoso.
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