Keblinger

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Ser poeta é ser @CamilaPassatuto

| domingo, 6 de março de 2011
Um artista não se faz apenas de livros. Muitas vezes é preciso estudar uma dor, uma perda, uma raiva... Estudar melhor sua mulher, cada poro, a maciez dos lábios, o que é quente por entre as pernas... Estudar o carinho de uma criança e a voz de um idoso.

É necessário muito estudo para ser poeta.
Mas e sentimento?

Um dia, lembro-me bem, foi no ano de 2007, uma colega de faculdade fez para mim a seguinte pergunta: “Camila, você escreve o que você sente?”. Naquela época estava transbordando angústia de meus olhos, a resposta foi: “Escrevo porque sinto muito, não me pergunte mais nada, apenas leia.”

Aquele sentir muito na minha resposta, incutido no contexto, parecia um lamentar muito. Mas não era isso que a alma queria falar. Escrevo quando os sentimentos estão explosivos. Algumas pessoas podem falar que é escrita de desabafo, mas arrebato, falo que sentimento em mim é trabalhado, então, é quase manipulação de sentir.

O ato da escrita é orgasmático. Junta-se conhecimento, sentimento e entendimento.

Sei que existem por aí pessoas que apenas escrevem, são simples, não possuem rituais ou coisas do tipo.

Só queria expor uma, das várias formas que devem existir, de “construção elaborada da escrita”. Não pense que esse texto é para me autoafirmar, quem me conhece, ou melhor, conhece minha escrita, sabe que isso não se faz necessário. Mas seguir e concluir o pensamento essa base se torna essencial.

2 comentários:

{ Dulce Miller } at: 8 de março de 2011 às 04:59 disse...

Lendo e aprendendo com Camila, grande escritora!

{ João Videira Santos } at: 14 de março de 2011 às 07:43 disse...

Sobre ser poeta, recomendo o poema com este titulo de Florbela Espanca.

 
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