Tem gente que já nasce passarinho, outros terra, rio, árvore, vulcão. A mulher que ficará eternamente na poesia não recitou poemas. Pessoa não lhe diz nada. Sem precisar pedir licença, seus amanheceres eram despertados de bulgaris. Branquinhos como beleza na lapela. Ela acordava lenta. Depois, tomava velocidades. Cozinhava, ria, costurava desafetos, cerzia amizades, fazia pratos destinados a agradar e despertar gemidos. Desamor não parava na porta dela. Amar é não gostar só de quem se gosta não é? Cantava ela sua reza cotidiana. Eu aprendi, nesse raro dueto, a preparar banquetes, esperar convidados surpresas e ornamentar mesas sem começo nem fim. Ela, a Jandira, está indo embora. Leve, leve, leve. Eu, sua aprendiz eterna, continuarei a sina. Plantar todas as cores. Sem distinção de semente e flor. Porque a poesia permanece carne e alegria, água e ternura, sem nunca ter que pedir licença.
Mania de Explicação?
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Em 2006, uma amiga querida, Camila Holanda, me presenteou um livro de
Adriana Falcão chamado Mania de Explicação. Logo na primeira página a
autora diz...
2 comentários:
Era surpresa aquele riso maroto,
olhar de criança fazendo arte
e mesmo eu; que demoro pra chegar; entrei de coração na festa.
Foi rápido pra me conquistar, para me sentir acolhida.
Sábia encantadora de afetos.
Uma explosão de alegria, entre boa conversa, eu me servia de outro café.
Ela pregava peça, fazia amizade em todo canto,
tempo de brincar.
Gente, pra fazer pensar, pra pensar na gente
aqui
e lembrar quando dizia como era feliz!
Simone, leve, delicado e intenso como você.
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